Quem vai construir o futuro? A escassez de mão de obra e a urgência de inovar no setor

No setor da construção, existe um problema que, embora nem sempre seja visível, condiciona cada obra, cada planeamento e cada projeto: a falta de mão de obra qualificada. Sem dúvida, é um desafio silencioso, mas real. Um desafio que afeta igualmente engenheiros, chefes de obra, fabricantes e empresas de construção. Enquanto os projetos crescem em complexidade técnica e os prazos se encurtam, a disponibilidade de pessoal qualificado diminui. O que, a curto e longo prazo, gera tensões que ameaçam a produtividade e a segurança.

Não se trata apenas de um fenómeno conjuntural. É o reflexo de uma transformação profunda: mudanças demográficas, perda de atratividade da profissão, desajustes formativos e uma lacuna crescente entre a tecnologia e a capacitação disponível. O resultado é um cenário em que a experiência escasseia e a pressão aumenta, obrigando o setor a repensar o seu modelo operacional.

No entanto, cada crise encerra uma oportunidade. A resposta pode estar na industrialização, na ergonomia e na tecnologia aplicada; três pilares que já estão a redefinir a forma como se constrói. Desde sistemas de cofragem e andaimes de fácil montagem por um único operário, até soluções digitais que otimizam o controlo técnico e reduzem a dependência de especialistas.

Porque o verdadeiro desafio não é a falta de mão de obra, mas sim como reinventamos a forma de construir.

A falta de mão de obra qualificada na construção: um problema estrutural

Para o setor da construção, não é segredo que vivemos uma época complexa. As obras são cada vez mais exigentes do ponto de vista técnico, de qualidade e de sustentabilidade. No entanto, é cada vez mais complicado encontrar profissionais especializados nas diferentes fases do processo de construção. Mas porquê? Vejamos o que se passa na indústria e como este problema a está a afetar.

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Um desafio que afeta todo o setor

A falta de pessoal qualificado não distingue entre grandes e pequenas empresas. Afeta igualmente engenheiros, chefes de obra, fabricantes e empreiteiros. Estes vêem como a execução técnica dos seus projetos se complica devido à escassez de profissionais qualificados. De acordo com o Observatório Industrial da Construção, mais de 40% das empresas espanholas reconhecem ter dificuldades em encontrar operários qualificados.

Radiografia de um problema que limita o crescimento

Enquanto a procura por projetos aumenta, a base de mão de obra diminui. O resultado: obras mais lentas, maior pressão sobre as equipas e menor rentabilidade.

Alguns fatores possíveis que explicam a escassez de pessoal qualificado:

● O envelhecimento da força de trabalho e a falta de renovação geracional são fatores-chave. As novas gerações procuram empregos mais tecnológicos e flexíveis, afastando-se de um setor que ainda carrega a imagem de esforço físico e precariedade.

● Além disso, a formação profissional relacionada com a construção perdeu atratividade. E, em muitos casos, não inclui conteúdos sobre novas metodologias como BIM, CAD, pré-fabricação ou digitalização. O resultado: profissionais que chegam ao local de trabalho sem a formação necessária.

Consequências diretas na produtividade e segurança

A falta de pessoal qualificado afeta os prazos, custos e qualidade dos projetos. Também aumenta a sinistralidade e os acidentes, um problema grave para todo o setor. É um facto comprovado que os trabalhadores sem formação adequada estão expostos a riscos maiores.

A construção civil precisa de uma mudança profunda. E a inovação pode ser o caminho mais sólido para alcançá-la.

Circular structures can also be easily scaffolded with PERI UP Flex.<br/>

Tecnologia, ergonomia e industrialização: a resposta inteligente

Embora seja verdade que a falta de profissionais é uma realidade, também é verdade que a inovação pode ser a resposta. Em outras palavras, embora existam áreas em que as pessoas não podem ser substituídas, existem opções que reduzem a dependência. Especialmente em áreas do projeto que tradicionalmente dependem de especialistas experientes. Vamos ver como.

Inovar para construir melhor com menos dependência de mão de obra. Face à escassez de profissionais técnicos, a tecnologia e a engenharia aplicada tornam-se grandes aliadas. O objetivo não é eliminar postos de trabalho, mas reduzir a dependência de perfis escassos. O que se articula simplificando os processos e aumentando a produtividade.

Ergonomia aplicada: quando o design pensa no operador

A ergonomia já não é um luxo, mas um fator de produtividade. Projetar sistemas que reduzam o esforço físico e a fadiga não só melhora a segurança, como por exemplo o sistema STS 300, como também se tornou parte indissociável da eficiência. As cofragens e andaimes ajustáveis são concebidos para serem manuseados sem esforço excessivo.

A longo prazo, diminuem a dependência de mão de obra intensiva e aumentam a motivação do trabalhador. Aqui aplica-se o lema:

«Quando o design se adapta às pessoas, o local de trabalho torna-se um ambiente mais seguro, eficiente e humano».

Digitalização da obra: software que simplifica o complexo

A digitalização deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. As soluções informáticas para a gestão de obras, cálculos e métricas de engenharia permitem controlar o progresso em tempo real. Também permitem detetar desvios e otimizar os recursos humanos.

Os softwares atuais oferecem interfaces intuitivas, de uso acessível mesmo para pessoal com formação básica. Além disso, facilitam a comunicação entre equipas técnicas e operários. O resultado: menos erros, menos dependência de especialistas e mais controlo do projeto.

Industrialização: eficiência e precisão desde a oficina até ao terreno

A industrialização dos processos de construção transfere parte do trabalho para ambientes controlados, garantindo a qualidade e reduzindo os riscos laborais. Os sistemas de cofragem, andaimes e componentes modulares são fabricados de acordo com padrões precisos. O que os torna prontos para serem montados na obra em tempo recorde. Na prática, permitem:

● Acelerar os prazos de execução.

● Reduzir os custos com pessoal técnico no terreno.

● Aumentar a fiabilidade estrutural.

Em suma, a industrialização transforma a obra numa extensão da oficina: mais controlo, menos improvisação.

The Alimak STS 300 is designed for use with all PERI UP scaffolding systems.

Rumo a uma construção mais inovadora, segura e eficiente

Uma realidade que parece não ter solução a curto prazo é que a escassez de mão de obra qualificada não desaparecerá imediatamente. Mesmo assim, a indústria pode adaptar-se de forma escalável e positiva. As empresas que apostam em soluções inteligentes, ergonómicas e industrializadas estarão um passo à frente.

Na PERI, estamos convencidos de que as estruturas leves de montagem simplificada e com baixa necessidade de técnicos especializados fazem parte da solução. Além disso, as ferramentas digitais não só resolvem, como definem o novo padrão de eficiência e sustentabilidade na construção moderna.

Sem dúvida, o desafio invisível do setor pode se tornar uma oportunidade visível de transformação. Quando a tecnologia e a inovação são colocadas a serviço das pessoas, mesmo a falta de mão de obra qualificada pode ser compensada com inteligência, design e visão de futuro. Por isso, na PERI, apostamos em uma construção mais eficiente, eficaz, ágil e adaptada aos novos desafios.