A falta de mão de obra qualificada na construção: um problema estrutural
Para o setor da construção, não é segredo que vivemos uma época complexa. As obras são cada vez mais exigentes do ponto de vista técnico, de qualidade e de sustentabilidade. No entanto, é cada vez mais complicado encontrar profissionais especializados nas diferentes fases do processo de construção. Mas porquê? Vejamos o que se passa na indústria e como este problema a está a afetar.
Um desafio que afeta todo o setor
A falta de pessoal qualificado não distingue entre grandes e pequenas empresas. Afeta igualmente engenheiros, chefes de obra, fabricantes e empreiteiros. Estes vêem como a execução técnica dos seus projetos se complica devido à escassez de profissionais qualificados. De acordo com o Observatório Industrial da Construção, mais de 40% das empresas espanholas reconhecem ter dificuldades em encontrar operários qualificados.
Radiografia de um problema que limita o crescimento
Enquanto a procura por projetos aumenta, a base de mão de obra diminui. O resultado: obras mais lentas, maior pressão sobre as equipas e menor rentabilidade.
Alguns fatores possíveis que explicam a escassez de pessoal qualificado:
● O envelhecimento da força de trabalho e a falta de renovação geracional são fatores-chave. As novas gerações procuram empregos mais tecnológicos e flexíveis, afastando-se de um setor que ainda carrega a imagem de esforço físico e precariedade.
● Além disso, a formação profissional relacionada com a construção perdeu atratividade. E, em muitos casos, não inclui conteúdos sobre novas metodologias como BIM, CAD, pré-fabricação ou digitalização. O resultado: profissionais que chegam ao local de trabalho sem a formação necessária.
Consequências diretas na produtividade e segurança
A falta de pessoal qualificado afeta os prazos, custos e qualidade dos projetos. Também aumenta a sinistralidade e os acidentes, um problema grave para todo o setor. É um facto comprovado que os trabalhadores sem formação adequada estão expostos a riscos maiores.
A construção civil precisa de uma mudança profunda. E a inovação pode ser o caminho mais sólido para alcançá-la.
Tecnologia, ergonomia e industrialização: a resposta inteligente
Embora seja verdade que a falta de profissionais é uma realidade, também é verdade que a inovação pode ser a resposta. Em outras palavras, embora existam áreas em que as pessoas não podem ser substituídas, existem opções que reduzem a dependência. Especialmente em áreas do projeto que tradicionalmente dependem de especialistas experientes. Vamos ver como.
Inovar para construir melhor com menos dependência de mão de obra. Face à escassez de profissionais técnicos, a tecnologia e a engenharia aplicada tornam-se grandes aliadas. O objetivo não é eliminar postos de trabalho, mas reduzir a dependência de perfis escassos. O que se articula simplificando os processos e aumentando a produtividade.
Ergonomia aplicada: quando o design pensa no operador
A ergonomia já não é um luxo, mas um fator de produtividade. Projetar sistemas que reduzam o esforço físico e a fadiga não só melhora a segurança, como por exemplo o sistema STS 300, como também se tornou parte indissociável da eficiência. As cofragens e andaimes ajustáveis são concebidos para serem manuseados sem esforço excessivo.
A longo prazo, diminuem a dependência de mão de obra intensiva e aumentam a motivação do trabalhador. Aqui aplica-se o lema:
«Quando o design se adapta às pessoas, o local de trabalho torna-se um ambiente mais seguro, eficiente e humano».
Digitalização da obra: software que simplifica o complexo
A digitalização deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. As soluções informáticas para a gestão de obras, cálculos e métricas de engenharia permitem controlar o progresso em tempo real. Também permitem detetar desvios e otimizar os recursos humanos.
Os softwares atuais oferecem interfaces intuitivas, de uso acessível mesmo para pessoal com formação básica. Além disso, facilitam a comunicação entre equipas técnicas e operários. O resultado: menos erros, menos dependência de especialistas e mais controlo do projeto.
Industrialização: eficiência e precisão desde a oficina até ao terreno
A industrialização dos processos de construção transfere parte do trabalho para ambientes controlados, garantindo a qualidade e reduzindo os riscos laborais. Os sistemas de cofragem, andaimes e componentes modulares são fabricados de acordo com padrões precisos. O que os torna prontos para serem montados na obra em tempo recorde. Na prática, permitem:
● Acelerar os prazos de execução.
● Reduzir os custos com pessoal técnico no terreno.
● Aumentar a fiabilidade estrutural.
Em suma, a industrialização transforma a obra numa extensão da oficina: mais controlo, menos improvisação.
Rumo a uma construção mais inovadora, segura e eficiente
Uma realidade que parece não ter solução a curto prazo é que a escassez de mão de obra qualificada não desaparecerá imediatamente. Mesmo assim, a indústria pode adaptar-se de forma escalável e positiva. As empresas que apostam em soluções inteligentes, ergonómicas e industrializadas estarão um passo à frente.
Na PERI, estamos convencidos de que as estruturas leves de montagem simplificada e com baixa necessidade de técnicos especializados fazem parte da solução. Além disso, as ferramentas digitais não só resolvem, como definem o novo padrão de eficiência e sustentabilidade na construção moderna.
Sem dúvida, o desafio invisível do setor pode se tornar uma oportunidade visível de transformação. Quando a tecnologia e a inovação são colocadas a serviço das pessoas, mesmo a falta de mão de obra qualificada pode ser compensada com inteligência, design e visão de futuro. Por isso, na PERI, apostamos em uma construção mais eficiente, eficaz, ágil e adaptada aos novos desafios.